Em 1859, no dia 1 de Janeiro, nasce, em Vila Viçosa, no nº 10 da Rua da Corredoura, actualmente denominada Rua Florbela Espanca. De seu nome completo, Henrique César de Araújo Pousão, foi fruto da união matrimonial de Francisco Augusto Nunes Pousão, Bacharel em Direito, com Maria Teresa Alves de Araújo. De entre os seus antepassados familiares contam-se alguns pintores: o avô materno Caetano Alves de Araújo, autor de um óleo sobre tela existente na capela do Santíssimo Sacramento da igreja de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, intitulado “Instituição do Santíssimo Sacramento”; António Pousão, seu bisavô paterno, cujos trabalhos pictóricos mais assinaláveis podem ser vistos no Convento de São Paulo da Serra de Ossa, no Redondo. Em 1863, muda-se com seus pais para Elvas, onde cursa a escola primária. Em 1869, executa Henrique Pousão um desenho, “Retrato da Prima”, que revela bem os traços promissores de artista em potência. Em 1871, Pousão e seus pais mudam-se para Barcelos, por alguns meses e daí deslocam-se, depois, para o Porto. Em 1872, com apenas 13 anos de idade, inicia os estudos na Academia de Belas-Artes do Porto, após aprendizagem feita com o pintor António José da Costa. Em 1873, conquista os seus primeiros prémios artísticos, na disciplina de Desenho Histórico. Em 1880, Pousão termina o seu curso de Pintura.
Nesse ano, abre na Academia de Belas-Artes portuense, um concurso para bolseiros no estrangeiro. Pousão concorre e ganha. Segue para Paris por um ano, com passagem por Madrid e pelo Museu do Prado. Em Paris, durante o ano de 1881, Pousão estuda nos ateliers de pintura de Yvon e de Cabanel. Trabalha até à exaustão e adoece com uma forte constipação, que degenará em tuberculose. À procura de melhor clima para restabelecimento da sua pouca saúde, desloca-se para Puy-de-Dome, daí vai até Marselha e passa para Itália, onde estadia em Turim e Pisa, para chegar a Roma no final desse ano. No Verão de 1882, desloca-se à ilha de Capri, onde, extasiado com a luz mediterrânica, pinta as suas melhores obras, diversas paisagens e o conhecido óleo “Casa das Persianas Azuis”. Em 1883, vai até Roma, por motivos académicos, de novo regressando a Capri. No fim do Verão desse ano, regressa a Portugal, percorrendo a costa mediterrânica. Em Portugal, contam-se as passagens por Vila real de Santo António, Olhão e Odemira.
A 15 de Novembro chega a Vila Viçosa, ficando hospedado em casa de familiares. Em 1884, pinta as suas últimas obras: “Aspecto da Casa do Primo Matroco”, onde viria a falecer, “Rosas num Copo”, pintado para ser oferecido ao seu médico Dr. Couto Jardim, e outros mais também de tema floral, destinados a ser oferecidos ao seu primo Matroco. Entre 20 e 27 de Março desse ano, Henrique Pousão morre vítima de tuberculose pulmonar.
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