quarta-feira, setembro 27

Pobre de Cristo

A José Emídio Amaro

Ó minha terra na planície rasa,
Branca de sol e cal e de luar,
Minha terra que nunca viste o mar,
Onde tenho o meu pão e a minha casa.

Minha terra de tardes sem uma asa,
Sem um bater de folhas...a dormitar...
Meu anel de rubis a flamejar,
Minha terra moirisca a arder em brasa!

Minha terra onde meu irmão nasceu
Aonde a mãe que eu tive e que morreu
Foi moça e loira, amou e foi amada!

Truz...Truz...Truz... -- Eu não tenho onde me acoite,
Sou um pobre de longe, é quase noite,
Terra, quero dormir, dá-me pousada!...

Florbela Espanca

1 comentário:

Anónimo disse...

A CDU deveria ter um blog próprio não andar encapotada através destes fulanos.
Mas dar a cara custa quando não se tem a consciencia limpa